A paciência não é
apenas uma virtude, mas uma necessidade.
Nosso amor pela
casa em Estoi (Casas das Bicas de Cima) começou em janeiro de 2022. Nessa
época, compramos a casa e iniciamos os preparativos para a reforma. Como
queríamos fazer diversas alterações, incluindo uma piscina na cobertura,
sabíamos que precisaríamos da aprovação da prefeitura. Só que nunca imaginamos
quanto tempo isso levaria. Se eu disser que ainda nem começamos as obras
(depois de quase 4 anos), vocês sabem que algo não está 100% certo.
A finalização dos
projetos arquitetônicos levou algum tempo, admito. Isso se deve principalmente
ao fato de que queríamos criar não apenas uma casa, mas uma joia arquitetônica,
uma casa que respeitasse sua herança como uma das mais antigas de Estoi, a presença
romana, sua história como antigo lagar de azeite, mas que também abraçasse seu
futuro como um marco no centro histórico de Estoi. Assim, após várias reuniões
com o Estudio ODS e muitas propostas elaboradas, finalmente submetemos o
projeto à Câmara Municipal de Faro em junho de 2023. Como o Estoi estava em
processo de tombamento na época, os elementos referentes às alterações na
fachada também tiveram que ser submetidos à aprovação do Ministério da Cultura
em Lisboa. Mas, cerca de um ano depois, recebemos a aprovação para a renovação
(julho de 2024).
Naquela altura,
contratámos uma empresa de engenharia (RCAPD) para nos ajudar com o concurso
para selecionar o construtor. O pedido de orçamento foi inicialmente enviado a
quatro empresas de construção. Devido ao período de férias, as respostas só
foram recebidas em setembro, seguidas de inúmeras trocas de mensagens com
perguntas complementares. Quando chegámos a comparar os orçamentos finais, já
estávamos em 2025. Do orçamento total, dois serviços (carpintaria e
serralharia) pareciam excessivamente caros, por isso contactámos fornecedores
alternativos para obter uma comparação independente. Resumindo, em maio de
2025, tínhamos uma proposta orçamental final da Algarelevo, uma empresa de
construção civil de Olhão. O passo seguinte foi a elaboração e negociação do
contrato, o que também demorou dois meses a concluir. Mas então estávamos
prontos para seguir em frente… ).
O arquiteto
apresentou a documentação para obter a licença de obras em junho de 2025. Esse
processo normalmente leva algumas semanas. Como a sorte quis, um dos documentos
apresentados tinha caducado entretanto (prova de seguro de responsabilidade
civil da empresa de construção). Devido à combinação do período de férias e,
sejamos honestos, à extrema lentidão da Câmara Municipal, estamos agora a 9 de
novembro e ainda à espera. Estamos a aproximar-nos do quarto aniversário desde
que comprámos a casa e as obras ainda não começaram (estimadas em 1,5 anos).
Quando a casa estiver concluída, terão passado quase 6 anos. E isto para uma
renovação!
A paciência não é apenas uma virtude, mas uma necessidade se quiser
sobreviver à burocracia portuguesa.
